¿Y por casa cómo andamos? Uma troca coletiva para refletir sobre as desigualdades de gênero

No contexto do Dia Internacional da Mulher a RED TAL iniciou a oficina "Y por casa ¿cómo andamos?”.

¿Y por casa cómo andamos? Uma troca coletiva para refletir sobre as desigualdades de gênero

No contexto das atividades pelo Dia Internacional da Mulher que foi comemorado no último 8 de março, RED TAL iniciou as atividades abertas de 2023 com a oficina “¿Y por casa cómo andamos?”, um espaço de reflexão sobre as desigualdades de gênero que existem no interior das organizações e espaços de trabalho. Participaram do evento virtual mais de 100 representantes de 48 instituições e canais públicos e culturais compostos por jornais, imprensa física e digital, associações civis e rádio emissoras da região e do mundo. 

A enriquecedora troca coletiva, que aconteceu o último 15 de março, foi realizada junto com a Red México, ABTU (Brasil), RENAU (Argentina), Mintic Colombia (Plano de Fortalecimento a TV Pública, Red Federal de Televisoras Públicas (Argentina), Mesa de Medios (Colômbia), Mais Mulheres (Brasil), Copeam (União de mídias do Mediterrâneo), EBU News Exchange, e teve o apoio do Centro de Direitos Humanos da Unesco.

Moderado por María Salceda (Abra TV), o encontro foi um espaço de formação da Lei Micaela, liderado pela socióloga, pesquisadora e professora Gisela Giamberardino. Promulgada em 2019, a lei estabelece a obrigatoriedade de formação integral em gênero para os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo argentinos. 

Esteve presente também a presidente honorária Malu Campos, quem abriu a oficina. 

Durante a atividade, a presidente pro tempore da RED TAL e diretora do canal argentino Paka Paka, Cielo Salviolo, destacou a comunicação como “um direito” e enfatizou em que “isso requer refletir sobre as práticas e sobre os discursos”. Ao mesmo tempo, colocou em valor a realização da oficina “para garantir” às audiências uma comunicação inclusiva, livre de violência de gênero, mediática e simbólica, respeitosa das representações, vozes e olhares das diversidades”.

Para sua vez Emilio San Pedro, da EBU News Exchange, compartilhou uma experiência laboral para enriquecer o aporte. “Em 2018 começou o projeto (da BBC) de equidade 50-50, para basicamente olhar a fundo como eram representadas todas as vozes de homens e mulheres, especialmente em todos os programas principais”. 

Outra das vozes que contribuíram para o debate foi a de Paola Parri, titular da COPEAM. “Nos últimos 10 ou 12 anos nos comprometemos muito na promoção do papel da mulher (...) e essa foi sempre uma das nossas principais prioridades. Nos últimos anos estivemos envolvidos em atividades de formação e de produção dedicadas a esse assunto”.

Na mesma linha, a representante de Mais Mulheres Debora Ivanov contribuiu com informações sobre políticas para o redirecionamento dos recursos e falou em cifras sobre a sub-representação da mulher no setor audiovisual brasileiro. 

O encontro convocou a compartilhar experiências e também a reconhecer práticas e situações cotidianas e analisar comportamentos que geram desigualdades na mídia pública. Além disso, da troca surgiram propostas construtivas. Foi nesse espaço que se manifestou o compromisso de repisar a oficina em outras ocasiões para aprofundar na discussão.

Assim, no contexto dos 20 anos, a comunidade da RED TAL reivindicou a necessidade de continuar refletindo sobre as desigualdades para garantir o direito ao acesso a uma comunicação livre de violências para com as mulheres e dissidências.